
Entenda como funciona o direito de preferência do inquilino
Muitas vezes, alugar um imóvel é o início de um relacionamento com um espaço que pode se tornar o lar dos seus sonhos. E se você já se imaginou vivendo nesse lugar por muito mais tempo, sabia que existe uma vantagem que pode ajudar a realizar esse sonho? Trata-se do direito de preferência do inquilino, um benefício legal que pode ser decisivo quando a propriedade que você mora é colocada à venda.
Muitos não o conhecem bem ou como ele funciona na prática, mas entender esse processo pode abrir portas para transformar seu atual lar em um lar permanente.
Continue lendo para compreender todos os detalhes!
O que é o direito de preferência do inquilino?
Imagine a oportunidade de ser o primeiro na fila para comprar o imóvel que você já chama de lar. O direito de preferência do inquilino é exatamente isso: uma prerrogativa legal que garante ao inquilino a prioridade para adquirir o imóvel que aluga, caso o proprietário decida vendê-lo.
Esse direito é assegurado pelo artigo 27 da Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91), que visa proteger o inquilino contra a venda repentina do imóvel, permitindo que ele possa planejar e decidir sobre a compra sem a pressão de competir com o mercado. Essa norma reconhece o valor emocional e o investimento feito pelo inquilino em um espaço que ele já considera seu.
Além de ser uma vantagem significativa, promove uma sensação de segurança e estabilidade, elementos essenciais para quem não vê o aluguel apenas como uma moradia temporária, mas como um potencial investimento a longo prazo.
Como funciona a preferência de compra?
Quando o proprietário decide vender o imóvel que está alugado, ele não pode simplesmente colocá-lo no mercado sem mais nem menos. Primeiro, precisa notificar o inquilino sobre a intenção de venda, oferecendo a ele a chance de comprar o imóvel sob as mesmas condições oferecidas a terceiros.
Esse processo inicia com uma proposta formal, que deve incluir o preço e as condições de pagamento. O inquilino, por sua vez, tem um prazo determinado pela lei — geralmente 30 dias — para responder se tem interesse em exercer seu direito de preferência. Se decidir comprar, o inquilino seguirá com a negociação sob as condições já estabelecidas.
Caso contrário, ou se o prazo expirar sem resposta, o proprietário fica livre para vender o imóvel a quem quiser. Sendo assim, essa prática assegura que o inquilino não seja pego de surpresa e tenha a oportunidade justa de adquirir a propriedade.
O que diz a lei sobre o direito de preferência?
A legislação brasileira é clara quanto ao direito de preferência do inquilino, detalhado principalmente na Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91). O artigo 27 desta lei é o principal sobre o assunto, estabelecendo que, ao decidir vender o imóvel que está alugado, o proprietário deve dar ao inquilino a preferência para comprá-lo.
Essa oferta deve ser feita por escrito e conter todas as condições do negócio, incluindo preço e forma de pagamento, que devem ser iguais às ofertadas ao público.
O artigo 33 reforça o processo, estipulando que se o proprietário receber uma proposta de terceiros que seja mais vantajosa, ele ainda deve oferecer ao inquilino a chance de cobrir a oferta.
Caso o inquilino aceite as condições apresentadas e manifeste seu desejo de compra dentro do prazo legal (que geralmente é de 30 dias), o proprietário deve respeitar essa escolha e concluir a venda com ele. É importante saber que a violação desses procedimentos pode levar a disputas legais, enfatizando a importância de seguir rigorosamente as normas para ambas as partes envolvidas.
Quais são os benefícios do direito de preferência para o inquilino?
O direito de preferência do inquilino não é apenas uma formalidade legal, pois oferece benefícios significativos. Primeiramente, ele confere ao inquilino a tranquilidade de saber que ele tem a primeira chance de adquirir o imóvel em que já vive, mora e investe.
Isso elimina a necessidade de mudança inesperada, preservando a estabilidade familiar e reduzindo os custos associados a encontrar um novo lar e realizar a mudança.
Ainda, por já estar familiarizado com o imóvel e sua manutenção, o inquilino pode tomar uma decisão de compra mais informada, evitando surpresas que poderiam surgir ao adquirir uma nova propriedade desconhecida.
Economicamente, essa prioridade de compra também pode representar uma economia significativa, pois elimina a competição de mercado, que frequentemente inflaciona o preço de imóveis desejados.
Quais são as responsabilidades do inquilino com direito de preferência?
A primeira e mais importante é a responsabilidade de responder de forma precisa e dentro do prazo legal, que geralmente é de 30 dias após receber a notificação de venda. Ignorar ou atrasar essa resposta pode resultar na perda do direito de compra, permitindo ao proprietário vender o imóvel para outra pessoa.
Outro dever é o de avaliar cuidadosamente as condições de venda oferecidas, como preço, formas de pagamento e quaisquer outros termos do contrato. O inquilino deve ter a capacidade financeira para seguir com a compra sob esses termos, o que muitas vezes pode requerer a obtenção prévia de aprovação de financiamento se não houver liquidez imediata.
Também é necessário que o locatário mantenha uma boa comunicação com o proprietário durante todo o processo para evitar mal-entendidos e garantir que ambas as partes estejam alinhadas quanto às etapas e expectativas da transação.
O que acontece se a preferência não for respeitada?
Caso o proprietário venda o imóvel sem oferecer ao inquilino a primeira chance de compra, ou se não cumprir as condições como estipulado pela lei, o inquilino tem o direito de exigir a nulidade da venda. Ou seja, ele pode iniciar uma ação judicial solicitando que a transação seja desfeita.
Segundo o artigo 34 da Lei do Inquilinato, se o locatário decidir que quer exercer seu direito e comprovar que estava apto a igualar a oferta recebida por terceiros, pode requerer a transferência da propriedade para seu nome. Isso é válido desde que reembolse o comprador de boa-fé o valor já pago ao vendedor.
Este processo judicial pode ser demorado e custoso, além de gerar incertezas para todas as partes envolvidas. Por isso, é de extrema importância que tanto inquilinos quanto proprietários entendam e respeitem as regras para evitar disputas e garantir uma transação justa e transparente.
Entender o direito de preferência do inquilino é extremamente importante tanto para quem pensa em transformar o aluguel em uma compra efetiva de imóvel, quanto para proprietários que obtêm renda extra com locação, mas decidem vender o bem. Portanto, esteja sempre bem informado sobre a legislação para evitar surpresas e dores de cabeça.
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