Comprar imóvel em leilão é muito burocrático?

Nem tudo que reluz é ouro? Bom, quando o assunto é comprar imóvel em leilão, essa frase pode fazer todo sentido. Embora seja uma opção que chama muito a atenção das pessoas, por suas vantagens econômicas, há vários trâmites que precisam ser efetuados antes de realizar o registro em seu nome.

Portanto, antes de tomar qualquer decisão, informe-se para não ter dores de cabeça mais tarde.

Mas não se preocupe porque estamos aqui para ajudar você. Continue a leitura deste artigo até o final e entenda mais sobre todo processo que envolve a compra de imóvel em leilão.

Como é a compra de um imóvel em leilão?

Leilão nada mais é que um ambiente onde diferentes pessoas disputam um mesmo bem, e quem oferece o maior valor leva para casa. Ou seja, nesse caso, a propriedade será vendida para quem der o maior lance. 

De início, o bem a ser arrematado é publicado pelo leiloeiro em um edital — geralmente, a publicação acontece em diários oficiais do Poder Judiciário e em jornais locais. Esse documento é essencial, pois traz todos os detalhes sobre o imóvel, incluindo um valor mínimo para começar os lances.

Se você gostou do imóvel, pode participar diretamente pelo site da leiloeira ou ir até o local do leilão. Ali, é só dar seu lance e acompanhar para ver se será o maior até o final.

Quem oferecer o maior valor arremata o imóvel — O termo “arrematar” é só uma maneira formal de dizer que você ganhou a disputa e comprou o bem.

Após a aprovação da sua oferta, a leiloeira orienta sobre os próximos passos: quais documentos serão necessários e como proceder com o pagamento.

Quais os processos e documentos envolvidos?

Comprar um imóvel em leilão pode ser uma oportunidade incrível, mas exige atenção aos detalhes para garantir uma transação segura. Veja, em detalhes, como os trâmites acontecem.

Processo de arrematação

O leilão acontece, na maioria das vezes, quando o imóvel foi penhorado para quitar dívidas. Ele pode ser promovido por bancos, empresas privadas ou órgãos públicos. No dia do leilão, quem oferece o maior lance arremata o imóvel.

Depois de arrematar, o comprador deve seguir as condições do edital, que incluem:

• pagar o valor do lance vencedor;
• quitar a comissão do leiloeiro e outras possíveis taxas.

Documentação necessária

Após o leilão, o comprador precisa apresentar:

• documentos pessoais: RG, CPF e comprovante de residência;
• comprovante do pagamento do lance e da comissão do leiloeiro.

Dependendo do tipo de leilão, outros documentos podem ser exigidos, como certidões negativas de débitos.

Com tudo em ordem, o leiloeiro emite:

• auto de arrematação (em leilões judiciais); 
• ou a carta de arrematação (em leilões extrajudiciais).

Esse documento é indispensável para registrar o imóvel no cartório e transferir a propriedade.

Registro do imóvel no cartório

Para oficializar a compra, o imóvel precisa ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis. Nessa etapa, você deve apresentar:

• carta de arrematação;
• comprovante do pagamento do ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis);
• documentos pessoais e, no caso de leilão judicial, peças processuais relevantes;
• em leilões extrajudiciais será lavrado uma Escritura de Compra e Venda.

O cartório atualizará a matrícula do imóvel, garantindo que você seja reconhecido como o novo proprietário.

Desocupação do Imóvel

Caso o imóvel esteja ocupado, o arrematante pode precisar de medidas para desocupá-lo. Existem duas opções nesse cenário:

• entrega amigável: quando o ocupante concorda em sair voluntariamente;
• desocupação judicial: quando há resistência, é possível solicitar uma ordem de imissão na posse, que será cumprida por um Oficial de Justiça, com apoio policial, se necessário.

Recebimento das chaves

Com o imóvel desocupado e todos os trâmites concluídos, você recebe as chaves. Esse é o momento final: o imóvel é oficialmente seu, pronto para uso ou investimento!

Quais as vantagens e desvantagens?

Comprar um imóvel em leilão pode ser uma oportunidade incrível para quem busca preços competitivos, mas é importante estar ciente de todos os desafios. 

Para que você possa entender “o melhor dos dois mundos”, separamos as vantagens e desvantagens para que a sua escolha seja consciente. Acompanhe.

Vantagens

O principal atrativo dos leilões é a possibilidade de arrematar imóveis com descontos de até 30% sobre o valor de avaliação. Essa é uma grande chance para quem busca economizar.

Para quem deseja investir, os leilões são uma opção interessante. Imóveis comprados com desconto podem gerar lucros significativos, seja na revenda, seja com aluguel.

Desvantagens

Alguns imóveis adquiridos em leilão estão ocupados e podem exigir um longo e custoso processo judicial de reintegração de posse, o que, infelizmente, gera estresse e despesas inesperadas para quem arrematou o bem.

Sem contar que é comum que os imóveis venham com dívidas pendentes de IPTU ou taxas de condomínio, as quais normalmente são transferidas ao comprador. Inclusive, vale destacar que, em alguns casos, o imóvel pode ter ido a leilão justamente por esse tipo de pendência. Logo, verificar a situação fiscal com antecedência é fundamental para evitar surpresas.

Na maioria dos leilões, não é possível realizar uma vistoria prévia, o que pode levar à compra de um imóvel em condições precárias. Reformas podem consumir uma boa porcentagem do valor de compra, comprometendo a sua economia inicial.

Será que essa é a melhor opção para você?

Tudo depende dos seus objetivos e até onde está disposto a ir para conquistar seu imóvel. Embora seja uma opção financeiramente atrativa, lembre-se de que comprar imóvel em leilão pode lhe trazer muitas dores de cabeça, principalmente se for necessário entrar com uma medida judicial para finalizar a desocupação do imóvel.

Agora, se você deseja comprar seu imóvel sem dores de cabeça, a melhor alternativa é procurar uma imobiliária séria, com profissionais competentes para lhe ajudar a tomar a melhor decisão.

Comprar imóvel em leilão pode não ser uma ideia tão boa assim — a não ser que você dê sorte e consiga arrematar um bem sem pendências, em bom estado de conservação e desocupado. Nesse tipo de situação, a compra até é vantajosa, mas diferente disso, você precisa se preparar financeira e psicologicamente se quiser seguir em frente com a arrematação.

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